25/10/2012 - O Povo
Caso os túneis na Via Expressa não sejam construídos, o projeto de implantação do VLT pode ser modificado, aponta presidente do Metrofor. Há impasse entre Prefeitura e Governo sobre as desapropriações no local
O projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), obra de mobilidade do Governo do Estado para a Copa do Mundo, pode sofrer modificações, caso não haja resolução no impasse sobre as desapropriações necessárias para a construção de quatro túneis na Via Expressa. A informação foi dada pelo presidente da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), Rômulo Fortes, durante inauguração da estação São Benedito da Linha Sul do metrô.
"O VLT pode operar sem os túneis. A gente não chegou a pensar nisso, porque está muito cedo, mas da mesma forma que estou operando com duas passagens de nível provisórias (no metrô), eu posso operar com a passagem de nível sinalizada adequadamente", explicou. Segundo Rômulo, a não execução das obras restringiria a operação, mas não impediria.
A restrição está relacionada ao intervalo entre os trens do VLT. Segundo o diretor do Metrofor, o equipamento é dimensionado para operar com um intervalo menor do que 15 minutos entre cada trem e isso exige que cruzamentos sejam retirados. Por isso, precisaria haver uma readequação da operação.
A construção de quatro túneis - nos cruzamentos da Via Expressa com as avenidas Alberto Sá, Santos Dumont, Padre Antônio Tomás e na própria avenida - está a cargo da Prefeitura. No entanto, a responsabilidade pelas desapropriações necessárias está no meio de uma polêmica entre as esferas municipal e estadual. A resolução do impasse ficou para o Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa), que ainda não tratou da questão em suas reuniões.
Para o titular da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Adail Fontenele, o mais urgente no caso das obras do VLT é pensar como serão os desvios nas ruas. "Não se pode colocar a culpa no Estado porque não foi planejado um desvio de trânsito. A Prefeitura já deveria ter dado uma alternativa de desvio", destacou.
Segundo o secretário, espera-se que o impasse sobre a matriz de responsabilidade que versa sobre as desapropriações seja resolvido em breve. Ele apontou que a matriz indica responsabilidade para desapropriação do Estado, mas esse não foi o acordo com a Prefeitura. Em coletiva na tarde de ontem, a Prefeitura rebateu a informação. E reafirmou que não é responsável pelas desapropriações na Via Expressa, de acordo com a matriz de responsabilidade.
"A Prefeitura não é responsável pelas desapropriações. Isso é do Governo do Estado", afirmou o titular da Coordenadoria de Projetos Especiais e Relações Institucionais e Internacionais da Prefeitura (Cooperii), Geraldo Accioly. Ele informou ainda que a prefeita Luizianne Lins pretende participar da próxima reunião do Gecopa, em novembro, em Brasília. "Espera-se (que saia) a decisão do Governo Federal". (colaborou Teresa Fernandes)
O POVO entrou em contato com o Ministério do Esporte para confirmar a data da próxima reunião. A assessoria de imprensa não soube informar a data nem a pauta da próxima reunião.
Entenda a notícia
Entre as obras de mobilidade para a Copa, o VLT é um dos principais equipamentos do Governo. No entanto, impasse sobre desapropriações para construção dos túneis deixou a execução em risco. Gecopa deve decidir.
Saiba mais
Durante a coletiva, a Prefeitura informou ainda que a Caixa Econômica devolveu o projeto dos túneis da Via Expressa, feito pelo Governo do Estado e cedido para a Prefeitura executar, com as pendências que deveriam ser ajustadas.
O Município disse ter enviado para o Governo, em agosto, os ajustes que precisavam ser feitos. "Não tivemos retorno. Enquanto a Caixa não receber essas pendências resolvidas, ela não pode aprovar o projeto e não pode haver desembolso (da verba para obra)", informou Daniel Lustosa.
Por meio da assessoria de imprensa, o secretário da Seinfra, Adail Fontenele, informou que o projeto já foi ajustado e devolvido diretamente para a Caixa.
Procurada pelo O POVO, a assessoria de imprensa da Caixa respondeu somente que não teria como confirmar o recebimento ou não do projeto, porque os responsáveis não puderam ser localizados, na noite de ontem.
Fonte: O Povo.com.br
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