terça-feira, 27 de setembro de 2011

Obras do metrô de Sobral estão atrasadas

27/09/2011 - Diário do Nordeste

As obras do Metrô de Sobral, após seis meses de iniciadas, estão lentas. A promessa do prefeito Clodoveu Arruda é entregar o metrô, em seus dois ramais, dentro de um ano. As obras estão lentas no ramal já existente da Transnordestina. Ontem, apenas dois operários trabalhavam na estrutura metálica da Estação do Bairro Dom Expedito. Eles disseram que depois é que outros funcionários virão para fazer o acabamento.

O problema que existia na indenização de casas da Rua Jonh Sanford foi resolvido. Foi feita uma reestruturação e apenas duas casas serão demolidas. O restante ficará mesmo com a remodelação da via férrea.

A previsão inicial era que o metrô já estivesse funcionado, mas um grande atraso no processo de licitação adiou a entrega da obra para o ano que vem. Uma placa da obra avisa que o término está marcado para três de setembro de 2012, 18 meses depois de ter iniciado, em 4 de março de 2011.

O Metrô será operado pelos cinco VLTs que percorrerão com passagem a R$ 1,00 os 12,1 quilômetros dos dois ramais. Um deles, com 6,4 quilômetros, compartilha a linha de cargas já existente e hoje administrada pela Transnordestina Logística. A obra está mais atrasada neste ramal. A Transnordestina foi procurada, mas, até o fechamento desta edição, não deu retorno sobre o assunto.

O Metrô de Sobral tem investimento de R$ 66,6 milhões, com recursos oriundos do Ministério das Cidades e do Governo do Ceará, por meio da Secretaria de Infraestrutura e da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor).

A obra é tocada pelo consórcio Engexeta Engenharia/Bom Sinal Indústria e Comércio e MWH Engenharia e Projetos. "Vamos entregar no novo prazo previsto", garante o prefeito Veveu Arruda. Ele assegura que, "com o metrô, Sobral terá um transporte público integrado. Um passageiro poderá pegar um ônibus e fazer a integração com o metrô indo de uma ponta a outra da cidade apenas com uma passagem".

Dois dos cinco carros da empresa caririense Bom Tempo, de Barbalha, já estão em exposição em Sobral. A população até ironiza dizendo que "temos o trem, mas não temos a linha".

Veveu Arruda rebate afirmando que "os carros já chegaram para mostrar a seriedade da obra e dar mais visibilidade ao projeto para nós estruturante. Os veículos têm capacidade para 230 passageiros, velocidade máxima operacional de 60 quilômetros por hora, sendo que as composições medem 29 metros de comprimento cada", destaca. Segundo ele, "hoje temos um sistema coletivo de transporte frágil. Com o metrô vamos resolver isso".

O metrô vai trazer para Sobral, aposta Veveu Arruda, vários outros investimentos. E cita a consolidação do Polo Universitário, com duas universidades públicas (Universidade Estadual Vale do Acaraú e Universidade Federal do Ceará) e as faculdades particulares; o fortalecimento do Polo Industrial e a construção do Hospital Regional Norte. "Com isso, alinhamos desenvolvimento com sustentabilidade".

O auxiliar de escritório Everton Ribeiro Albuquerque não acredita que o Metrô esteja totalmente pronto no início de setembro do ano que vem. "Será mais uma obra que vão entregar inacabada, a exemplo do que aconteceu com o Parque de Exposições e de alguns postos de saúde", disse. Everton cita ainda as obras da Vila Olímpica Ciro Gomes, Policlínica e Hospital Regional "que vêm se arrastando há tempos".

Plano Diretor

O Metrô de Sobral surgiu a partir de premissas definidas no Plano Diretor do Município: aproveitamento da via ferroviária e a definição do vetor transportes como estruturador de desenvolvimento urbano. A linha férrea existe na paisagem sobralense desde o fim do século passado, mas hoje é usada somente para carga. Por muito tempo ela funcionou como barreira à expansão urbana. Hoje, ela contorna o Centro, ligando os bairros da Cohab 2, no extremo leste, ao Bairro do Sumaré, no oeste, e servirá para abrigar a Linha Sul.

A Linha Norte ligará o Polo Industrial da Grendene, localizada à margem da avenida - onde existia o antigo ramal ferroviário de Camocim, no Bairro da Expectativa, - ao Bairro Cohab 3, passando pelos bairros do Junco e Terrenos Novos. As duas linhas formam dois "us" invertidos, que se tangenciam numa estação de integração.

Dentro do projeto estão a remodelação de sete quilômetros de via permanente já existente da Transnordestina; a implantação de mais cinco quilômetros; a construção de 11 estações de passageiros; do complexo de manutenção, da administração e do centro de controle operacional; e a aquisição de cinco Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) de dois carros bidirecionais cada, com dupla cabine de comando, tração hidráulica e motorização a diesel.

Populoso

Será implantado o Ramal Grendene-Cohab III, com 5,7 quilômetros, que vai atender o bairro mais populoso de Sobral, Doutor José Euclides, e grandes polos geradores de viagens, como a Grendene e o Centro de Convenções. No trecho remodelado, serão instaladas seis estações (Sinhá Saboya-Cohab II, Dom Expedito, Boulevard do Arco, Coração de Jesus, Dom José e Sumaré).

O projeto do Metrô de Sobral, orçado em cerca de R$ 66,6, tem R$ 1,2 milhão investidos em projetos e supervisão; R$ 20 milhões em material rodante; R$ 2 milhões em desapropriações; e R$ 42 milhões na execução das obras.

Mais informações

Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor)
Rua 24 de Maio, 60 - Centro - Fortaleza/ Telefone: (85) 3101.7100

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

 Notícias da Imprensa

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'VLT não terá projeto alterado'

07/09/2011 - Diário do Nordeste

A despeito das reclamações das comunidades atingidas, o Governo do Estado não tem nenhuma pretensão de realizar modificações no projeto de construção do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), ramal Parangaba-Mucuripe. E mais, os primeiros trabalhos na linha já devem ser iniciados em 12 de dezembro deste ano, conforme informou o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes. Não haverá modificações. Já estudamos todas as alternativas possíveis para o projeto. Não temos dúvidas de que essa é a melhor opção, garantiu.

Na semana que vem, deverá ser publicada no Diário Oficial a decisão do Coema (Conselho Estadual de Meio Ambiente) de aprovar o EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental), com a liberação do licenciamento prévio do projeto. Após isso, conforme Fortes, o Governo irá à comunidade fornecer mais orientações e sanar dúvidas sobre o VLT. Mas o presidente do Metrofor alerta que as ações de desapropriações não devem tardar a terem início. Ele explica, entretanto, que o Governo do Estado dará toda a assistência às pessoas que serão impactadas pelas obras.

Compensação

Quem tiver casa avaliada em menos de R$ 40 mil, além de indenização, vai receber um apartamento dentro do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Os proprietários de imóveis avaliados em valor superior receberão o dinheiro da desapropriação e também serão beneficiados pelo MCMV, mas arcarão com as parcelas da iniciativa do Governo Federal.

Essa ação tenta mitigar os impactos das expropriações na comunidade. Ninguém quer sair. O proprietário de um imóvel atingido sempre quer que a gente estude outra locação, mas qualquer modificação que ocorra viria pegar ainda mais pessoas. Não tem saída. Cabe a nós elaborarmos a melhor condição técnica, uma que traga menos impactos. Não tem como fazer sem atingir ninguém, afirma.

Moradores temerosos

Enquanto esse imbróglio é discutido, no fim deste ano o Estado deve começar a atuar em algumas linhas de frente, para a consolidação do VLT. A ideia é dar logo o pontapé inicial aos trabalhos nas estações de Parangaba e Papicu. Na Comunidade do Trilho, o cenário é de temor. Os moradores não sabem o que deve acontecer, e o medo é que sejam removidos para o bairro José Walter, distante das raízes sociais e culturais. Dizem que os apartamentos são no Anel Viário, em um matagal. Lá, vão construir apartamentos de 40 m², sendo que tem imóveis aqui em que moram três ou quatro famílias, destaca o motorista Márcio Araújo Sales, integrante do Movimento de Luta em Defesa da Moradia (MLDM).

Idosos sofrem

Na região, os idosos são os que mais sofrem com a falta de informação. Os moradores garantem que alguns deles estão ficando doentes, por conta da ansiedade, reflexo de outras desapropriações. Já tivemos outra remoção, para a construção da Via Expressa, que traumatizou. Vivemos em um campo de batalha. A gente não foi escutado, até hoje. Temos nossas vidas, nossos projetos, nossa identidade, desabafa Márcio. A esperança, agora, para Maria do Rosário Alcântara, também do MLDM, é o apoio dos ministérios públicos Estadual e Federal, que prometeram recorrer contra a aprovação do EIA/Rima.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Notícias
VLT de Fortaleza recebe licença ambiental

Conselho de meio ambiente do Ceará votou pela liberação de licença para construção do ramal



Próximo passo do governo será negociar desapropriações para o VLT (crédito: Governo do Estado do Ceará)
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Da redação - São Paulo
postado em 02/09/2011 13:21 h
atualizado em 02/09/2011 13:44 h
O Conselho Estadual do Meio Ambiente do estado do Ceará (Coema) aprovou, na manhã desta sexta-feira (2), licença prévia para viabilizar a construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Fortaleza. O modal, que ligará Parangaba a Mucuripe, é a principal obra de mobilidade urbana do Ceará para a Copa de 2014.

A liberação foi votada durante reunião na Procuradoria Geral do Estado e teve 17 votos a favor, seis abstenções e apenas um contra. Agora, a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) pode oficializar a licença para instalação da obra antes de desapropriar os imóveis do local. 

A construção do VLT em Fortaleza já esbarrou em uma série de problemas. Em julho, o Ministério Público chegou a suspender a fase de desapropriação alegando ausência da licença ambiental. Depois, o governo estadual desistiu de construir o ramal que ligaria o VLT ao estádio Castelão em tempo hábil para a Copa.

De acordo com a Matriz de Responsabilidades, firmada em janeiro de 2010, a desapropriação deveria ter começado em julho do ano passado, e as obras, de fato, em janeiro deste ano.